Quase 19% das mulheres e 15% dos homens em todo o mundo sofreram violência sexual antes dos 18 anos, segundo análise publicada na revista científica The Lancet. O estudo é um dos primeiros a estimar a prevalência global do problema em 204 países, por idade e sexo, entre 1990 e 2023.

As maiores taxas foram registradas entre meninas no Sul da Ásia (26,8%) e meninos na África Subsaariana (18,6%). Na Índia, 30,8% das mulheres e 13,5% dos homens relataram ter sido vítimas. Nos Estados Unidos, os índices foram de 27,5% para mulheres e 16,1% para homens; no Reino Unido, de 24,4% e 16,5%, respectivamente.

A primeira exposição ocorre majoritariamente ainda na infância: 67,3% das meninas e 71,9% dos meninos foram abusados antes dos 18 anos.

A violência sexual tem impactos duradouros, como depressão, ansiedade, uso de substâncias e prejuízos à saúde física e ao desenvolvimento educacional e econômico. A maioria dos agressores são pessoas conhecidas das vítimas.

Os autores defendem mais investimentos em prevenção, apoio psicológico e políticas públicas que garantam infâncias seguras. Eles também alertam para a subnotificação e a necessidade de sistemas de vigilância mais eficazes.

No Brasil, cinco mulheres são estupradas por hora. Em 2023, foram registrados 81 mil casos, um aumento em relação a anos anteriores. Além disso, o medo de sofrer violência sexual afeta a saúde mental de uma em cada seis brasileiras, segundo a organização Think Olga.

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